Ruppia drepanensis
AVALIAÇÃO DO RISCO DE EXTINÇÃO
CATEGORIA E CRITÉRIOS DA UICN
CR*PRE, Criticamente Em Perigo (Potencialmente Regionalmente Extinta)
CR*PRE B1ab(iii,v)+2ab(iii,v)
Justificação da Avaliação
Ruppia drepanensis é uma erva anual aquática que em Portugal continental é apenas conhecida de uma única colheita, realizada no Algarve na década de 80 do século XX e desde então não voltou a ser registada. As prospeções efetuadas até ao momento revelaram-se infrutíferas. Apesar de ser plausível a sua extinção regional, atendendo à ausência de registos recentes e a um declínio continuado da qualidade de habitat nas lagoas costeiras do Algarve, apenas passaram cerca de 35 anos desde a sua colheita em território nacional, pelo que ainda existe a possibilidade de subsistência da espécie, pelo menos no banco de sementes da sua localidade histórica. É uma planta de complexa identificação e de difícil prospeção no terreno, o que pode levar a que passe despercebida em algum local, sendo assim difícil de comprovar a sua extinção em território nacional. Devido a esta incerteza, não se pode aplicar a categoria Regionalmente Extinta, avaliando-se a planta como Criticamente Em Perigo (Potencialmente Regionalmente Extinta). Trata-se de um género dispersado por aves aquáticas, que se movimentam regularmente entre áreas de ocorrência da espécie em Espanha (Doñana) e as zonas húmidas do Algarve, sendo plausível uma possível recolonização caso haja condições de habitat favoráveis. Sugere-se a continuação das prospeções dirigidas, no sentido de identificar eventuais núcleos populacionais que possam ter sobrevivido e identificar-se a localização original da única colheita. Caso seja identificada, essa área poderá ser gerida de modo a recuperar condições favoráveis ao reaparecimento da espécie. Caso se confirme o seu desaparecimento, a reintrodução da espécie pode ser uma opção a ponderar.