Marsilea quadrifolia
AVALIAÇÃO DO RISCO DE EXTINÇÃO
CATEGORIA E CRITÉRIOS DA UICN
CR, Criticamente Em Perigo
CR A4ac; B1ab(i,ii,iii,iv,v)+2ab(i,ii,iii,iv,v)
Justificação da Avaliação
Marsilea quadrifolia é um feto aquático que, ao longo do século passado, sofreu uma forte regressão em Portugal continental. Em 2006 apenas se conhecia um único núcleo populacional em Portugal continental, perto da foz do rio Corgo. Desde então a espécie não tem sido regularmente observada, havendo indicação de uma observação em 2014, embora os esforços de prospeção efetuados em 2008, 2013 e 2017 tenham sido infrutíferos. É avaliada na categoria Criticamente Em Perigo porque se admite a sua ocorrência numa única localização e porque se observam ou inferem declínios continuados ao nível da extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade do habitat, tamanho da população nacional e número de localizações. Face a este cenário, é expectável a sua extinção num horizonte temporal entre 2007 e 2027. Os declínios terão resultado de pressões como a expansão de espécies aquáticas invasoras, obras de regularização de margens fluviais, edificação de barragens, e poluição dos cursos de água, entre outras. A principal ameaça atual são as alterações no regime hidrológico que possam significar a perda de condições de habitat. Sugere-se a prospeção anual da planta na área envolvente do núcleo da foz do rio Corgo, pelo menos durante os próximos 10 anos, averiguando a possível sobrevivência da espécie em território nacional. Durante esse período deverão ser asseguradas condições de habitat favorável à espécie, através da manutenção das margens naturais e da qualidade da água, e da gestão adequada das albufeiras a montante. Caso os esforços de prospeção sejam infrutíferos, poderá ser equacionada a sua reintrodução.